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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Turista, engraçado?

Como de costume, tento assistir anualmente os filmes indicados ao Globo de Ouro e ao Oscar nos cinemas para poder analisar mais precisamente as características de cada um e a coerência (ou não) dos eleitos ao título. O que mais recentemente vi na grande tela foi “O Turista”, estrelado por Angelina Jolie e Johnny Depp e indicado ao Globo de Ouro nas categorias melhor filme, atriz e ator de musical /comédia
            O filme é visualmente belíssimo. Veneza foi uma ótima escolha do diretor Florian Henckel Von Donnersmarck para tornar o filme charmoso e envolvente acentuando o “clima 007”. O roteiro é interessante, porém peca no quesito originalidade. Temos muito dinheiro, glamour, roubos misteriosos, russos (SEMPRE!), tiros inesperados e revelações surpreendentes no final. Tudo como manda o figurino de um bom filme de mistério e espionagem.
            Contudo, o que talvez torne esta grande super produção diferenciada são as atuações. Principalmente de Angelina Jolie, que aparece em sua versão mais elegante e “sexy”. Seu cabelo está impecável, as roupas meticulosamente escolhidas para valorizar todos seus atributos, a voz tem um tom nobre  e os olhares são sempre irônicos e “oblíquos”.
Infelizmente, o mesmo não pode ser dito de Johnny Depp, que definitivamente não se encontra em sua melhor forma. Sua expressão corporal não chama atenção; o rosto está flácido e surpreendentemente neutro e os cabelos parecem resquícios saudosistas  de “Piratas do Caribe”.Seu desempenho, no entanto, é  bom, considerando que sua personagem é um  suposto turista qualquer, abordado inesperadamente por Jolie e que se vê envolvido em situações absolutamente estranhas ao seu cotidiano pacato de professor de matemática.
Angelina, maravilhosa. Depp, nem tanto.

O filme, como já disse anteriormente, é interessante. Porém, falta química e tensão sexual entre os protagonistas, o que é essencial para o êxito de um longa deste gênero. Ao assisti-lo vemos dois atores cheios de potencial, mas em total desarmonia, gerando uma grande decepção nos espectadores.  
            Quanto as indicações recebidas pelo filme e por Depp e Angelina, considero uma das maiores contradições cometidas pela critica nesta edição do Globo de Ouro. Qual é a lógica de premiar um filme de ação/ romance por características inerentes a filmes cômicos? O Turista, definitivamente, não é um filme cujo objetivo maior é o humor. Seu enredo gira em torno de um grande mistério, buscando instigar o público a desvendar qual será o desfecho da história e não a dar risadas. Cenas cômicas são eventuais, mas não principais.
            Talvez a combinação de dois atores tão badalados tenha gerado expectativas precipitadas quanto ao resultado do longa, intimidando indiretamente indicações bizarras. Aguardemos ,agora, o Oscar.       

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Gordard, o mestre das ''artes''

Não pretendo fazer aqui a análise de nenhum filme em especial, nem emitir meu parecer crítico sobre Gordard. Considero muito pretensiosa e leviana qualquer crítica feita a um diretor tão complexo e repleto de nuanças que (ainda) desconheço. Meu intuito é apenas chamar atenção de possíveis ou atuais espectadores para que observem os detalhes presentes em seus filmes, e principalmente os recursos utilizados no envolvimento do público com o roteiro do filme.  

O cinema é comumente conhecido como a ‘sétima arte’.Portanto, depois de teatro, música, dança, pintura, escultura e literatura teríamos o cinema, segundo muitos, a única das 7 artes capaz de reunir todas em uma só. Contudo, é notório que cada delas possui suas características peculiares, e um ser humano levaria anos, se não uma vida inteira, para conhecê-las e aplicá-las todas com certa qualidade. Como então o cinema seria capaz de reunir as 7 artes com coerência e refinamento artístico? Talvez Jean-Luc Godard seja um dos primeiros cineastas que conseguiu através de seus filmes responder perfeitamente a esta indagação.        
  Assistir a um filme de Gordard significa atravessar 90 minutos (em média) de muito esforço mental. Muitas vezes frases parecem desconexas, não entende-se o porquê de uma música tocando neste ou naquele momento, ou qual o motivo de uma cena acabar subitamente e iniciar-se outra.
Egocentrismo do diretor? Vontade incontrolável de criar novos padrões  cinematográficos? Não. Pelo contrario. Jean- Luc Gordard procura utilizar-se de todos os recursos disponíveis para enaltecer e tornar pleno o roteiro de seu filme. Cada música, frase,imagem ou diálogo são peças de um grande quebra cabeça que forma o conceito do filme na mente do telespectador. Enquanto a palavra ‘FIN’ não aparece na tela é impossível entender plenamente o seu objetivo, e é justamente por isso que seus filmes são muitas vezes mal compreendidos. Falta a muitos sensibilidade para perceber que Godard ‘pincela’ muitas vezes cada uma das 6 artes para formar ao final uma belíssima pintura.       
Paciência talvez seja a virtude mais necessária a quem queira conhecer mais profundamente tal diretor. No entanto, depois de superada a estranheza causada por tanto volume de informação condensada e apresentada de uma maneira não muito comum aos nossos olhos, o que Jean- Luc Gordard garante em seus filmes é uma forma artisticamente riquíssima de apresentar uma história -seja ela política, romântica, ou religiosa- além da mais genuína demonstração de como é mesmo possível condensar as 6 artes em apenas um filme sem perder a excelência.    

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Reflexões sobre GLEE

Aos amantes do seriado GLEE, peço minhas sinceras desculpas. Principalmente a meus grandes amigos e amigas, que sei gostarem muito da série. Esta madrugada, no auge de minha insônia, naquela troca incessante de canais, resolvi parar na FOX e assistir algum seriado que estava passando, na tentativa frustrada de pegar no sono. Enfim, o sono não veio, e iniciou-se um episódio de GLEE no canal. Pensei cá com minha insônia: ouvi tantos comentários sobre esta série, mas nunca tive a oportunidade de assistir um episódio por inteiro. Partindo do pressuposto de que não me atrevo a falar do que não conheço, seria leviano julgar mal algo que não vi nem sequer uma vez. Mas estas críticas podem ainda lhes parecem um pouco “precipitadas”, afinal, não assisti a série inteira. Mas já cometi o grande esforço de assistir a um episódio até o fim.
Confesso que me assustei.
Personagens extremamente superficiais, diálogos que beiram a infantilidade, músicas interpretadas a La High School Musical e muito mais.
 O episódio em questão era sobre “o poder de Madonna”, e a influência que sua carreira/músicas/vida pessoal/imagem exercem sobre as mulheres (como se todos estes fatores se resumissem em apenas um adjetivo: poder) enfim, uma diretora pseudoturrona que ensaia meninas trajadas de líderes de torcida diz que Madonna seria a grande responsável por sua postura “firme e determinada” e todas as garotas deveriam sentir a mesma firmeza e determinação que a cantora emana. Neste interregno o  professor de espanhol e diretor do clube GLEE (?) também toma conhecimento da idéia genial (?) da Madonna lover e decide iniciar ensaios visando a interpretação vocal das músicas da diva do pop. Os meninos do grupo,previsivelmente, oferecem resistência. As meninas acham-os preconceituosos e machistas e subitamente começam a saltitar cantando uma música de Madonna. Enquanto isso, a diretora toma conhecimento dos ensaios do professor e vai, tomada de muita raiva, dizer a ele que o direito de ensaiar músicas da cantora é apenas DELA, pois Madonna a pertence.
 Estranho.
Mas tem mais, os meninos depois de um súbito convencimento, decidem ensaiar as músicas. ENSAIO. Ensaio- mesmo em musicais que costumam dramatizar (no bom sentido) cenas normalmente sóbrias- significa algo informal,um processo que implica em aprendizagem da música, o tom em que ela será interpretada etc. Porém, GLEE, seriado muito vanguardista, quebrou com esta concepção conservadora de ensaio. Os alunos saem correndo pela escola, pulando e cantando sem qualquer necessidade de repassar novamente um refrão, ou começar tudo de novo. Simplesmente pronta. A apresentação da música, no ensaio, está acabada, perfeita.
É importante ressaltar também o drama que acontece nas intermitências dos ensaios e das apresentações saltitantes. Uma conselheira vocacional insegura em relação a sua vida sexual (desprovida do poder de Madonna, claro) que se sente impotente por não poder dar conselhos sobre a primeira transa a suas alunas, além da diretora pseudoturrona (a Madona lover) que é cheia de traumas psicológicos enraizados na sua infância sofrida, marcada por pais caçadores de judeus, que abandonaram sua prole, e ela, a irmã mais velha, se viu obrigada a cuidar das outras e não teve tempo para preocupar-se com sua aparência, e por isso tornou-se amarga e mal arrumada.
Enfim, foi demais pra mim, prefiro algo menos óbvio.
Troquei de canal e assisti ao final de um programa sobre o fotografo francês, Karl Langerfeld. Consegui dormir mais tranqüila, pelo menos.

PS: As cenas descritas aqui não resumem todo o episodio. Procurei selecionar apenas as mais absurdas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Durval Discos, um Cult em potencial.

Dando continuidade ao projeto de férias, cujo objetivo é comentar alguns bons filmes que tive oportunidade de assistir durante meus 2 ociosos meses, optei hoje por Durval Discos, filme brasileiro, da diretora Ana Muylaert lançado em 2002,e que apesar de conquistar muitos prêmios no Festival de Gramado daquele ano, não chegou a ser um grande sucesso de público.
Durval, solteirão de meia idade que ainda mora com sua mãe, insiste em manter sua loja de LP’S ainda em funcionamento, apesar da notória decadência dos bolachões e a desenfreada ascensão dos CD’S. Os clientes são escassos, e os poucos que aparecem na verdade estão a procura de CD’S, deixando Durval extremamente irritado com a falta de interesse dos consumidores por seus tão bem conservados discos. Concomitantemente, sua mãe, já idosa e com dificuldades para cuidar da casa, contrata uma empregada doméstica para ajuda-la nos serviços mais pesados. A moça trabalha na casa por alguns dias, no entanto, subitamente desaparece, deixando uma graciosa menina (Kiki) – segundo ela, sua filha- para que Durval e sua mãe tomem conta. A senhora regozija-se, afinal, há muito não via sua casa tão alegre e colorida. A garotinha apega-se cada vez mais aos seus ‘tios’ e vice-versa, muitos presentes para ela são comprados e apesar de algum desconforto causado pelo surgimento inesperado da criança, a felicidade reina na casa. Subitamente, porém, Durval e a mãe descobrem que a doméstica na verdade seqüestrou a menina, e acabou sendo assassinada durante uma tentativa de fuga. Inicia-se então um clima sombrio e surreal no filme, marcado pela gradativa loucura da mãe de Durval em evitar a devolução da menina para seus verdadeiros pais tentando mante-la em sua casa a todo custo. 
Durval, Kiki e Carmita em uma das mais simpáticas cenas do filme
  
Utilizando-se de duas situações completamente distintas ,porém, interligadas e também de uma pitada de non-sense de extrema criatividade o que o filme de Ana Muylaert procura retratar é a dificuldade que temos em abandonar velhos hábitos, opiniões e vícios, e a luta incessante para mante-los intactos, apesar da insistência do tempo em desfazê-los. Durval não aceita que a era dos LP’s acabou, insiste em manter sua loja decadente e discute com clientes que dizem que ele deve modernizar-se e passar a comercializar CD’s. Sua mãe, Carmita, prefere enlouquecer a deixar Kiki-que trouxe tanta inovação e felicidade para a sua monótona vida- ir embora para seu verdadeiro lar. O desenrolar do filme obriga indiretamente um personagem a desfazer o mundo de ilusões em que o outro vivia; Durval chama a polícia que entrega a criança para seus verdadeiros pais e as loucuras de sua mãe acarretam na demolição de sua loja. 
Filme curto, porém muito bom. Propõe uma discussão muito delicada de uma maneira bem simples e criativa, acrescentado um toque de surrealismo e humor, poupando-nos,assim, de um filme longo com rebuscamentos desnecessários.
Bem, partindo do pressuposto que filme Cult é aquele que na época de estréia é esquecido pelo público, mas alguns anos depois é relembrado, reanalisado e reverenciado por novos cinéfilos, temos com certeza um futuro Cult novinho em folha. Recomendo!

domingo, 9 de janeiro de 2011

A cultura lamenta..

Há uns dois dias, mais ou menos, li no twitter uma notícia da revista Carta Capital anunciando o fechamento do Cine Belas Artes- cinema de rua localizado entre a Av. Paulista e a Consolação, em São Paulo- devido reivindicação do proprietário do prédio para a construção de uma loja no local. Ontem novamente, agora no Jornal Nacional, o fim do tradicional cinema foi tema de reportagem, juntamente com o fechamento da Modern Sound , famosa loja de discos e, posteriormente de CD’s localizada no coração do Rio de Janeiro, e classificada como uma das melhores do mundo no ramo.

Cine Belas Artes e Modern Sound, respectivamente. 
A Modern Sound infelizmente, não tive oportunidade de conhecer. E nem terei. Contudo, consegui visitar a tempo o Cine Belas Artes, um espaço genuinamente artístico, que comunga – ou melhor, comungava- o cinema dito comercial e os clássicos do Cult, o antigo e o moderno, o romântico e o assustador. Além de possuir uma lojinha com ótimos filmes, e livros sobre cinema e um café para encontrar amigos, discutir idéias e comentar os filmes que serão ou foram assistidos.  
Tenho certeza que ambos os estabelecimentos não fecharam suas portas por falta de público cativo.Pelo contrário, a matéria do jornal inclusive mostrou muitos indivíduos revoltados, e dispostos a fazer abaixo assinados e despedidas para tentar comover os proprietários e evitar ‘o pior’.
No entanto, me pergunto, por quanto tempo ainda lugares como estes poderiam resistir funcionando, considerando o perfil atual de nossa sociedade? Quero dizer, quem ,hoje em dia, ainda quer saber de ir a um cinema (não ao cinema do Shopping) assistir algum filme sem mega efeitos especiais, produzidos sem a famigerada tecnologia do 3-D e desprovidos daqueles odiosos apelos emocionais e psicológicos? Quem ainda compra CD’s ou sente prazer em ir a uma loja ouvir lançamentos ou mesmos clássicos da música? Afinal, para que comprar CD’s se existe a internet a um power de distância?
Claro,ainda existem muitos ‘loucos’ que não abrem mão de freqüentar um bom cinema e de manter uma bela coleção de CD’s. Porém são muito poucos se comparados ao número de consumidores em potencial de nosso país. Práticas como estas já tornaram-se ‘retro’- segundo a nova terminologia- e seus praticantes pessoas nostálgicas, que vivem presas ao passado e não conseguem entregar-se aos tempos modernos.
O que me assusta- e comove- neste processo todo, é que o fechamento destes dois marcos da cultura brasileira não significa apenas o fim de mais um cinema ou mais uma loja. Mas sim a ilustração da atual decadência do interesse dos indivíduos pelo consumo da arte e também a falência de estabelecimentos que tenham como única finalidade promove-la. O paradigma do comércio artístico renasce, fragmenta-se; o cinema está no Shopping; a música na internet; os CD’s no supermercado.
A prática de freqüentar um lugar onde pode-se assistir a um filme, discutir ideias com pessoas interessadas no assunto, comprar livros sobre o tema e ainda ouvir uma boa música de fundo ou de adquirir um CD e ter a oportunidade de encontrar o intérprete das músicas que você gosta ao lado, comprando e ouvindo músicas também, estão ficando cada vez mais escassas e desvalorizadas. Tudo é mais rápido, funcional, e impessoal. Compra-se frango, toalhas de banho e DVD’s no mesmo lugar.
Concordo que o tempo torna-se cada vez mais escasso, e que temos que otimizá-lo e aproveitá-lo da melhor maneira possível. Contudo, tratando-se das discussões, reflexões, debates, enfim, de todo vasto conhecimento que estabelecimentos com o perfil de Cine Belas Artes e Modern Sound promoveram não deve-se poupar, mas sim gastar todo o tempo possível.    

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Magical Mystery Tour: Um salve a coerência

Um ano novo começa e as férias continuam. Minha escolha de hoje é um tanto quanto peculiar,um filme engraçado e leve,que muitos inclusive chegam a classificar como “debilóide”. Contudo, posso afirmar que nenhum filme produzirá em você, telespectador e beatlemaníaco, sensação de nostalgia e alegria mais sublime que Magical Mystery Tour.
 Produzido e dirigido pelos próprios Beatles (devido a morte do empresário da banda, Brian Epstein) e lançado em 1967, o filme, na época de sua estréia, foi rechaçado pelos críticos britânicos. Frases como: “Qual é o sentido deste filme?” e “ Onde está o roteiro” foram macicamente publicadas pelas revistas e jornais ingleses.
Bem, o filme de fato não tem um roteiro,- pelo menos não segundo as “normas vigentes” –e muitas cenas realmente podem não fazer sentido algum para o telespectador. No entanto, qualquer amante de Beatles conhece muito bem a discografia de seus ídolos, e sabe que as músicas presentes em Magical Mystery Tour foram escritas em uma das fases mais psicodélicas da banda.
 A música “The Walrus” é a melhor forma de exemplificar minha afirmação. O ouvinte que encontrar algum sentido oculto em frases como: “Sitting on a cornflake/Waiting for the van to come/Corporation tee shirt/Stupid bloody Tuesday/Man, you've been a naughty boy/You let your face grow long”, por favor, comunique-me, pois meu raciocínio foi limitado demais para enxergá-lo.
The eggmans  +  The Walrus
Esperar o que,afinal, de um filme que foi baseado em faixas com tais características? Algo organizado, complexo e austero? Isso sim não faria sentido algum. 
Magical Mystery Tour gera em quem o assiste justamente a impressão de ter ilustrada perante os olhos a sensação que as músicas produzem no ouvinte. Traduz em imagens as risadas provocadas pelas frases desconexas das músicas, as cores do “mágico e misterioso” ônibus que conduz os viajantes, enfim, toda a leveza e humor que são inerentes ás letras.

O resultado não poderia ser melhor.O filme diverte, surpreende e cria uma certa “saudade” dos áureos anos de Beatles e principalmente de sua genialidade musical. Percebe-se nitidamente a grande harmonia e intimidade que os integrantes (ainda) desfrutavam na época das filmagens. 
           Enfim, parabéns aos Beatles pela sua “mágica e misteriosa” coerência!


Ps: Para quem eventualmente for visitar Londres, ainda hoje é possível fazer passeios com uma réplica do ônibus utilizado no filme.