Nos últimos dias a situação crítica da segurança na zona 7 apareceu inúmeras vezes em jornais, blogs e sites. Policiais foram procurados para prestar esclarecimentos, jovens assaltados entrevistados para declarar sua preocupação com a situação e, principalmente, redobrou-se o cuidado na hora de sair ou entrar em casa .Porém, o estopim foi o sequestro de um aluno ao sair do estacionamento da própria universidade, o que fez com que o assunto adquirisse notoriedade dentro do campus e virasse motivo de revolta para a grande maioria dos estudantes.
Concordo que a situação é realmente alarmante , e é justamente por isso que gostaria de fazer algumas reflexões críticas sobre os possíveis motivos que propiciaram esta sucessão de furtos e roubos.
É do conhecimento de todos que habitam a Zona 7 que um dos maiores problemas que o bairro enfrenta é a coexistência nem sempre pacífica entre jovens universitários e idosos que habitam a região antes mesmo da universidade existir. A grande maioria daqueles deseja festa (e conseqüentemente barulho) e estes , paz e tranqüilidade (e conseqüentemente silencio), interesses estes completamente distintos, que já deram ensejo a muitas brigas, discussões e polêmicas.
Com o passar dos anos, os moradores mais antigos incitaram a promulgação de leis que defendessem seus interesses no bairro e reivindicaram um policiamento mais ativo, que “zelasse” pelo devido cumprimento das normas e garantisse a tão almejada tranqüilidade.
No entanto o que acabou e ainda acaba acontecendo na prática é a proteção constante das reivindicações dos moradores acima citados e a negligência da polícia militar em relação aos interesses dos muitos jovens que habitam a região. As viaturas (muitas, por sinal) são vistas todas as quintas feiras ao redor do Kanarinhus Bar, porém desaparecem subitamente nos outros dias da semana, deixando os universitários a mercê de episódios criminosos lamentáveis como os que andam acontecendo. Parecem esquecer que a Zona 7 é uma dos bairros mais visados da cidade, devido a grande quantidade de estudantes que moram sozinhos ou em repúblicas, e que são em áreas como estas que um policiamento constante visando a prevenção e não a repressão faz-se necessário.
O tratamento igual entre antigos e novos moradores não deveria uma necessidade, mas sim um realidade. Torçamos agora para que estes acontecimentos sirvam de exemplo a Polícia Militar, e que aos furtos e roubos seja dada a mesma importância que foi e é dada ao perturbante, porém inofensivo barulho.